Vitiligo: entenda a doença e como ela pode ser controlada

O vitiligo é uma patologia que atende cerca de 2% da população mundial. Só no Brasil, são mais de um milhão de pessoas com essa doença. Ela é caracterizada pela despigmentação da pele, de aparência esbranquiçadas, causadas pela diminuição ou ausência de melanócitos, as células que produzem a melanina, que dá a cor à pele.

Desde 2011, o dia 25 de junho marca o Dia Mundial do Vitiligo, como forma de despertar a conscientização sobre a doença e também combater o preconceito.

Segundo Theodoro Habermann Neto, dermatologista do Vera Cruz Hospital, em Campinas, ainda não há uma explicação científica que explique o surgimento dela nas pessoas. “A causa ainda não está bem definida, mas já sabemos que fenômenos autoimunes, traumas emocionais, estresse e ansiedade podem desencadear ou agravar a doença”, explicou.

O tamanho da lesão pode variar e acometer várias partes do corpo. “Normalmente, os pacientes têm diminuição de sensibilidade na região afetada ou podem ter dor. O vitiligo pode acometer a área segmentar (ou unilateral), ou seja, em apenas uma parte do corpo, também podendo ocorrer em pelos e cabelos, que acabam descoloridos; e a área não-segmentar, que é o tipo mais comum. A região afetada perde a cor, em algumas fases há o aumento da lesão e em outras há a estagnação. Esses ciclos podem correr durante toda a vida e a duração e as áreas pigmentadas tendem a se tornar maiores com o passar do tempo”.

O diagnóstico da doença é feito clinicamente e, em alguns casos, é preciso realizar uma biópsia. Exames de sangue também são comuns para avaliar se o vitiligo tem alguma doença autoimune associada, como hepatite, doença de Addison e problemas de tireoide. Além disso, a doença pode ter origem hereditária.

Segundo o dermatologista, ainda não há uma cura para o vitiligo, mas existem tratamentos bastante eficientes. “O foco é cessar o aumento das lesões, estabilizando o quadro, e também promover a repigmentação da pele. Existem medicamentos à base de cremes que estimulam a produção de melanina, derivados da vitamina D e corticoides. Outra opção é a fototerapia, um banho de luz, com radiação ultravioleta, que é indicado para todas as formas de vitiligo com resultados muito bons, principalmente em lesões de face e tronco”, disse.

Por fim, o médico chama atenção para os “medicamentos milagrosos”, que muitas vezes são receitas dadas por pessoas leigas no assunto. “Podem levar a riscos de queimadura, deixar as áreas ainda mais brancas e causar reações mais graves”.