Um estudo desenvolvido por estudantes do Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio (Ceunsp), está investigando a associação entre atividade física, composição corporal e saúde mental de adultos jovens, e a possível relação com sintomas de ansiedade e depressão.
Foram avaliados 50 participantes entre 18 e 40 anos e os primeiros resultados revelam níveis preocupantes de inatividade física. Em média, os participantes registraram 960 minutos semanais em comportamento sedentário, número significativamente superior ao tempo dedicado à prática de atividades físicas vigorosas (180 min), moderadas (150 min) e leves (90 min).
Os testes de saúde mental, aplicados por meio dos questionários que avaliam o estado de humor (POMS) e níveis de ansiedade e depressão (HADS), também trouxeram alertas. Os participantes apresentaram escores médios de 8 pontos para tensão, 7 para depressão, 6 para raiva, e 7 para fadiga. Pela escala HADS, os voluntários atingiram média de 8 pontos para ansiedade e 4 para depressão, sugerindo presença de sintomas leves a moderados.
Já na avaliação física, os participantes demonstraram média de 24,4 kg/m2 de IMC, dentro da faixa considerada normal, mas com percentual de gordura corporal de 21,2% e relação cintura-quadril (RCQ) de 0,83, indicando riscos cardiovasculares moderado para homens e alto para mulheres — indicadores que exigem atenção. Ainda, o tempo de permanência em exercício aeróbio foi de 561 segundos (Protocolo de Bruce), estimando uma capacidade de consumo máximo de oxigênio (VO2max) de moderada a baixo para a idade média dos participantes.
Os dados são ainda mais alarmantes para mulheres, que apresentaram valores significativamente piores que os homens em relação a composição corporal, a aptidão cardiorrespiratória e aos estados de ânimo negativos citados anteriormente.
Por fim, o estudo ainda verificou correlações significativas entre a aptidão cardiorrespiratória e os estados de ânimo, sugerindo que baixos níveis de capacidade física podem estar associados com prejuízos à saúde mental de adultos jovens.
Esses resultados parciais evidenciam a tendência de um estilo de vida sedentário mesmo entre adultos jovens aparentemente saudáveis e reforçam a urgência de estratégias de prevenção que aliem saúde física e mental.
O estudo foi realizado pelos estudantes de Educação Física Rafael Henrique de Camargo Oliveira e Daniele Gois, sob orientação do professor Dr. Fabio Milioni e co-orientação Prof. MsLuis Fernando Garcia de Oliveira. O projeto, apoiado pelo CNPq, integra o Programa Institucional de Iniciação à Produção Científica, à Docência e à Extensão.
Os resultados parciais serão apresentados em um congresso internacional da área de Educação Física e ao final das análises, os resultados serão consolidados em artigos científicos, contribuindo para a ciência e para políticas públicas voltadas à promoção da saúde integral.