Ituano fala sobre sua rotina após ir para a guerra na Ucrânia

A guerra na Ucrânia começou em fevereiro de 2022, quando a Rússia, liderada por Vladimir Putin, decidiu invadir o país vizinho. Desde então, o conflito tem se intensificado, com a Rússia realizando ataques por terra, ar e mar, enquanto a Ucrânia responde com resistência e apoio internacional. Recentemente, drones ucranianos atacaram uma usina nuclear ocupada pelos russos, destacando a gravidade da situação. A guerra continua a gerar tensões internacionais, com reações de países como os Estados Unidos e membros da OTAN.

Em meio a esses conflitos, pessoas de várias partes do mundo se dispõem a lutar por ambos os lados. Desde maio deste ano, o vigilante de carro-forte Alex Sandro Damasceno de Oliveira, de 30 anos, está em Ternopil, na Ucrânia. O ituano conversou com o jornalista Rick Caetano e deu detalhes de como surgiu a ideia de ingressar no exército ucraniano para lutar contra a Rússia. Ele relata que está em um isolamento com mais 30 pessoas, entre elas colombianos, franceses, argentinos, peruanos, americanos e canadenses.

No acampamento — cuja localização não pode ser revelada por motivos de segurança — há outros nove brasileiros além de Alex. Ele explica que recebe três refeições por dia, além de água e fardas. O sinal de internet é muito ruim, o que dificulta o contato com a família. Morador do bairro Olho D’Água, às margens da Rodovia Marechal Rondon (sentido Itu/Porto Feliz), Alex é pai de três filhos.

Questionado sobre a alimentação, ele afirma que, assim como os outros soldados, precisou se adaptar à gastronomia local — caso contrário, passaria fome. “Aqui a gente come arroz, lentilha, queijo, salame, presunto, beterraba, um bolinho e um creme que não sei dizer o nome. Não é ruim, mas não é o que o brasileiro está acostumado a comer”, relata Alex.

Ternopil já foi atacada diversas vezes, e os soldados permanecem em alerta constante. Um vídeo enviado pelo ituano mostra ataques com mísseis e jatos ucranianos sendo usados para interceptar ofensivas. Por conta do fuso horário e do verão, escurece às 22h e amanhece às 4h. “O tempo demora a passar”, conta Alex, que já aprendeu algumas palavras em ucraniano. Sobre a previsão de retorno a Itu, o soldado diz que assinou um contrato de três anos — a menos que seja anunciado um cessar-fogo.

(Por Rick Caetano)