O ex-secretário e ex-vereador de Itu, Marcus Aurélio Rocha de Lima, conhecido como ‘Marquinhos da Funerária’, foi preso na tarde de segunda-feira (14), em Castilho (SP). Ele estava foragido da Justiça e é acusado de desviar R$ 10 milhões envolvendo o cemitério público e a funerária da Prefeitura de Itu.
Ele já era procurado pela Justiça há um ano e foi encontrado em uma pousada no bairro Porto Independência, em Castilho (SP). Marcus foi condenado em setembro de 2023 em uma ação movida pelo Ministério Público do Estado de São Paulo (MP-SP).
Conforme o MP, durante anos as taxas cobradas dos moradores por serviços prestados pela funerária e cemitério foram desviadas. A investigação apontou desvio de dinheiro, que não foi revertido aos cofres públicos, em conta da Prefeitura de Itu ou em conta bancária que, indevidamente, também era mantida pela Secretaria de Assuntos Funerários.
Segundo a investigação do Ministério Público, o ex-secretário passava na administração do cemitério diariamente entre 2005 e 2016 e levava tanto o dinheiro quanto os recibos emitidos como forma de ocultar o desvio.
Em depoimento ao MP, Marcus afirmou que fazia a coleta dos valores arrecadados e repassava diretamente à tesouraria da prefeitura e, depois, o financeiro do cemitério efetuava o fechamento das contas. No dia seguinte ele recebia as relações dos cheques e do dinheiro que havia encaminhado à prefeitura.
Ele alegou também não ter assinado nenhum recibo e não ter depositado nada em uma conta pessoal. Pelo menos três testemunhas, entretanto, em depoimentos à Justiça, afirmaram que Marcus era o responsável pelo dinheiro e coletava os valores recebidos todos os dias, além de atuar na contabilidade dos serviços prestados.
Na sentença, o juiz Bruno Henrique de Fiore Manuel diz que, pelos documentos apresentados no processo, Marcus possuía ciência da condição de ilegalidade dos atos e, mesmo assim, continuou na execução das mesmas condutas. Com isso, ele foi condenado por improbidade administrativa, tendo que devolver os R$ 10,9 milhões. Ele também foi condenado a perder os direitos políticos, proibição de contratar com o município e pagamento de multa.